A aprovação do lemborexante pela Anvisa marca um novo capítulo no tratamento da insônia no Brasil. O medicamento, desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai e comercializado como Dayvigo, tem despertado interesse pela proposta de atuar de forma distinta dos hipnóticos tradicionais. A substância utiliza um mecanismo que bloqueia sinais de vigília, estratégia que especialistas consideram promissora e potencialmente associada a menor risco de dependência. A expectativa é significativa, embora ainda não haja data definida para sua chegada às farmácias nem valor estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
Um mecanismo de ação do Lemborexante que desperta atenção
O lemborexante integra uma classe terapêutica diferente das medicações comumente usadas desde a década de 1960 para tratar distúrbios do sono. Em vez de suprimir de forma ampla a atividade cerebral, ele age diretamente nos mecanismos que mantêm o estado de alerta. Estudos citados na avaliação brasileira sugerem que essa abordagem pode reduzir a probabilidade de dependência observada com benzodiazepínicos e drogas Z, medicamentos largamente prescritos para insônia.
Pesquisadores de Oxford examinaram 36 tratamentos para distúrbios do sono em uma revisão publicada na revista The Lancet. Nesse levantamento, o lemborexante se destacou por reunir boa eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade. Embora o resultado gere otimismo, especialistas recomendam cautela, já que os efeitos relacionados ao uso prolongado ainda precisarão ser avaliados no cotidiano clínico.
Avaliação científica e expectativas clínicas do Lemborexante
A neurologista Dalva Poyares observa que a nova classe pode oferecer mais segurança, mas reforça que o acompanhamento contínuo será fundamental para confirmar esse potencial. Para ela, o risco de abuso parece menor, embora apenas o uso ao longo do tempo permita conclusões definitivas.
Profissionais do sono ressaltam que a novidade é bem-vinda. Luciana Palombini, pesquisadora do Instituto do Sono, lembra que medicamentos tradicionais carregam histórico de efeitos adversos conhecidos, como prejuízo cognitivo e risco de dependência quando utilizados por períodos extensos. Já o psiquiatra Alexandre Pinto de Azevedo, da USP, avalia que o lemborexante pode suprir uma necessidade ao oferecer alternativa que não costuma exigir desmame rigoroso, embora destaque que outras opções, como a ezopiclona, também apresentam perfis de segurança favoráveis.
Doses aprovadas e indicações regulatórias do Lemborexante
De acordo com o parecer da Anvisa, a dose inicial recomendada é de 5 mg, administrada pouco antes de dormir, desde que o paciente disponha de pelo menos sete horas de sono previstas. Conforme resposta clínica, o valor pode ser ajustado para 10 mg. A autorização engloba apenas adultos, e ainda não há data para início das vendas. A definição do preço depende da análise da CMED, etapa que antecede a comercialização no país.
Nos Estados Unidos, onde o medicamento foi aprovado em 2019, uma caixa com 30 comprimidos custa em média 300 dólares. Esses valores, no entanto, não estabelecem referência para o mercado brasileiro, pois a regulação local segue regras próprias.
Expectativa para a chegada do Lemborexante ao mercado brasileiro
A Eisai informou que está em fase de preparação para disponibilizar o lemborexante no Brasil. A empresa ainda não divulgou cronograma de lançamento nem valores estimados. Enquanto isso, médicos e pacientes aguardam a conclusão dos trâmites regulatórios, motivados pela possibilidade de contar em breve com uma terapia que reúne eficácia e menor propensão à dependência.
A aprovação representa avanço relevante no campo da medicina do sono, área que há décadas convive com limitações terapêuticas. Para especialistas, ampliar o arsenal de tratamentos é essencial, especialmente diante da crescente prevalência de insônia e do impacto que o distúrbio exerce sobre a saúde física, cognitiva e emocional.
A chegada do lemborexante ao Brasil, ainda pendente de definição de preço e calendário de comercialização, representa uma alternativa promissora no manejo da insônia. Seu mecanismo de ação inovador e o potencial de reduzir o risco de dependência despertam expectativa entre especialistas. O acompanhamento contínuo e o uso adequado serão determinantes para compreender o papel do medicamento no cenário terapêutico brasileiro.
Com informações de Conselho Federal de Farmácia — https://site.cff.org.br/noticia/Noticias-gerais/16/09/2025/novo-medicamento-contra-a-insonia-aprovado-pela-anvisa-promete-menor-risco-de-dependencia-lemborexa
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