Novos dados apresentados na ESMO 2025 reforçam o potencial do T-DXd em fases iniciais do câncer de mama HER2-positivo, com maior eficácia e menor toxicidade.
O conjugado anticorpo-fármaco trastuzumabe deruxtecana (T-DXd), já consolidado no tratamento do câncer de mama metastático, apresentou resultados promissores também no câncer de mama HER2-positivo em estágio inicial. Dois grandes estudos de fase 3 — DESTINY-Breast 11 e DESTINY-Breast 05 — apresentados no Congresso da European Society for Medical Oncology (ESMO 2025), mostraram que o medicamento pode melhorar significativamente os desfechos oncológicos tanto no contexto neoadjuvante quanto adjuvante, com taxas superiores de resposta e menor toxicidade.
Avanços do T-DXd no tratamento neoadjuvante (DESTINY-Breast 11)
O estudo DESTINY-Breast 11 avaliou 927 pacientes com câncer de mama HER2-positivo em estágio inicial e de alto risco, divididos em três grupos antes da cirurgia. Os participantes receberam diferentes esquemas terapêuticos, incluindo combinações com o T-DXd e o protocolo padrão baseado em antraciclina e ciclofosfamida.
Os resultados mostraram que 67,3% das pacientes tratadas com T-DXd seguido de paclitaxel, trastuzumabe e pertuzumabe (PTP) alcançaram resposta patológica completa, em comparação com 56,3% no grupo submetido ao tratamento convencional (P = 0,003). O benefício foi observado tanto em pacientes com tumores hormono receptores positivos quanto negativos, com taxas de resposta superiores em ambos os subgrupos.
Além da eficácia, o estudo apontou um perfil de segurança mais favorável para o T-DXd: os eventos adversos graves de grau 3 ou superior ocorreram em 37,5% das pacientes no grupo experimental contra 55,8% no grupo controle. As complicações mais comuns incluíram náuseas, diarreia e fadiga, porém em menor intensidade no grupo do T-DXd.
A incidência de disfunção ventricular esquerda e doença pulmonar intersticial também foi inferior nas pacientes que receberam o novo regime. Após dois anos, observou-se uma tendência à melhora da sobrevida livre de complicações (96,9% vs. 93,1%), reforçando o potencial do medicamento em reduzir recorrências precoces.
Segundo a pesquisadora Dra. Nadia Harbeck, diretora do Breast Center da Universidade de Munique,
“Esses resultados colocam o T-DXd como um tratamento fundamental no câncer de mama inicial HER2-positivo, com potencial para aumentar as taxas de cura e reduzir toxicidades.”
Redução do risco de recidiva no cenário adjuvante (DESTINY-Breast 05)
O DESTINY-Breast 05 avaliou 1.635 pacientes com câncer de mama HER2-positivo inicial que ainda apresentavam doença invasiva residual após a quimioterapia neoadjuvante. Os participantes foram randomizados para receber T-DXd (5,4 mg/kg) ou o tratamento padrão com trastuzumabe entansina (T-DM1), ambos administrados a cada três semanas por 14 ciclos.
Após três anos, o estudo mostrou uma redução de 53% no risco de recidiva ou morte com o uso do T-DXd, alcançando taxas de sobrevida livre de doença invasiva de 92,4%, contra 83,7% com o T-DM1 (RR = 0,47; P < 0,0001). O benefício foi consistente em todos os subgrupos avaliados, incluindo pacientes de alto risco.
A incidência global de eventos adversos graves foi semelhante entre os dois grupos (cerca de 51%), embora o T-DXd tenha apresentado maior risco de doença pulmonar intersticial (9,6% vs. 1,6%), em sua maioria leve e reversível com monitoramento adequado.
De acordo com o Dr. Charles E. Geyer Jr., pesquisador principal do estudo e membro do University of Pittsburgh Medical Centre (EUA), o monitoramento por tomografia em intervalos regulares foi essencial para o manejo seguro desses casos.
Para a oncologista Dra. Sara Tolaney, do Dana-Farber Cancer Institute, os resultados representam
“Um avanço fundamental que nos aproxima da cura da maioria dos pacientes com câncer de mama HER2-positivo inicial, inclusive nos casos de maior risco de recidiva.”
Impacto clínico e perspectivas com o trastuzumabe deruxtecana
Com base nos dados apresentados, o T-DXd desponta como nova referência terapêutica no câncer de mama HER2-positivo em estágio inicial, tanto antes quanto após a cirurgia. Os estudos reforçam o potencial do medicamento em melhorar taxas de resposta, reduzir toxicidades e diminuir significativamente o risco de recorrência.
Os resultados apresentados na ESMO 2025 consolidam o trastuzumabe deruxtecana como um dos avanços mais relevantes na oncologia mamária da última década, indicando um movimento de antecipação do uso de terapias-alvo para fases mais precoces da doença.
Conclusão sobre o trastuzumabe deruxtecana
Os estudos DESTINY-Breast 11 e 05 confirmam o papel promissor do trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) no tratamento do câncer de mama HER2-positivo inicial, demonstrando eficácia superior e menor toxicidade em comparação aos esquemas convencionais. O medicamento surge como uma alternativa capaz de ampliar as chances de cura e redefinir as estratégias terapêuticas no manejo dessa população de pacientes.
Com informações de Medscape — https://portugues.medscape.com/viewarticle/trastuzumabe-deruxtecana-op%C3%A7%C3%A3o-promissora-2025a1000t6l
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