Ongentys opicapona tem ganhado destaque internacional como opção adicional para adultos com doença de Parkinson que apresentam flutuações motoras, períodos em que os sintomas retornam antes da próxima dose de levodopa. Avaliado pela Agência Europeia de Medicamentos, o fármaco demonstrou capacidade de prolongar o efeito da levodopa e melhorar o controle dos movimentos, resultado que o colocou entre os tratamentos complementares mais promissores.
Como o Ongentys opicapona age no organismo
A doença de Parkinson costuma evoluir de forma progressiva e provoca redução significativa da dopamina, neurotransmissor essencial para a coordenação motora. Quando a dopamina diminui, surgem tremores, rigidez e lentificação dos movimentos. O princípio ativo do Ongentys, a opicapona, atua ampliando a disponibilidade da levodopa no cérebro.
A opicapona bloqueia a enzima COMT, responsável pela degradação da levodopa. Ao inibir essa via metabólica, o medicamento permite que a levodopa permaneça ativa por mais tempo, reforçando seus efeitos sobre os circuitos neurológicos que controlam a mobilidade. Essa ação resulta em maior estabilidade motora e redução dos períodos off.
Indicação e uso do medicamento
Ongentys opicapona é indicado para adultos com Parkinson que utilizam combinações de levodopa e inibidores da DOPA descarboxilase, mas continuam apresentando flutuações motoras que interferem no dia a dia. O medicamento é administrado em cápsulas de 25 mg ou 50 mg. A dose recomendada é de 50 mg uma vez ao dia, preferencialmente ao deitar e com intervalo mínimo de uma hora das outras medicações à base de levodopa.
O produto só pode ser adquirido com prescrição médica e deve ser utilizado como parte de uma estratégia terapêutica orientada por profissionais de saúde.
Evidências de eficácia em estudos clínicos
A avaliação da opicapona foi conduzida em dois estudos principais que incluíram mais de mil participantes. Em ambos, os pacientes apresentavam períodos off de seis a sete horas por dia no início das pesquisas.
No primeiro estudo, 600 participantes receberam Ongentys, entacapona ou placebo como complemento à terapia com levodopa. Após quinze semanas, a redução média dos períodos off foi de 117 minutos com Ongentys 50 mg, enquanto o comparador entacapona alcançou 96 minutos e o placebo, 56 minutos.
O segundo estudo, com 427 pacientes, comparou apenas Ongentys e placebo. O grupo tratado com a opicapona teve redução média de 119 minutos nos períodos off, quase o dobro do resultado observado no grupo placebo, que apresentou diminuição de 64 minutos.
Ambos os ensaios foram estendidos por mais um ano, e os resultados mostraram manutenção dos benefícios a longo prazo. Esses achados reforçaram a decisão de aprovação do medicamento na União Europeia.
Perfil de segurança e contraindicações
Os efeitos adversos mais frequentemente associados ao Ongentys são relacionados ao sistema nervoso. A discinesia, caracterizada por movimentos involuntários, é o evento mais comum e pode ocorrer em aproximadamente dois em cada dez pacientes.
Ongentys é contraindicado para pessoas com tumores das glândulas suprarrenais, como feocromocitoma e paraganglioma. Também não deve ser utilizado por quem possui histórico de síndrome maligna dos neurolépticos ou rabdomiólise. O uso concomitante com inibidores não seletivos da MAO é vetado, exceto quando esses medicamentos fazem parte do tratamento específico do Parkinson.
Avaliação regulatória e recomendações de uso seguro
O Comitê dos Medicamentos para Uso Humano concluiu que Ongentys opicapona oferece benefícios superiores aos riscos e recomendou sua aprovação na União Europeia como terapia complementar à levodopa. A agência incluiu orientações específicas no Resumo das Características do Medicamento, direcionadas a profissionais e pacientes, para orientar o uso seguro do produto. Qualquer dúvida relacionada ao tratamento deve ser discutida com equipes médicas responsáveis.
Conclusão:
Ongentys opicapona representa uma alternativa relevante para o controle das flutuações motoras em adultos com Parkinson, especialmente para quem já utiliza levodopa e enfrenta perda de eficácia entre as doses. Com eficácia comprovada e perfil de segurança avaliado, o medicamento amplia o conjunto de opções terapêuticas disponíveis e reforça a importância de abordagens personalizadas para a manutenção da autonomia e qualidade de vida. A evolução do processo de análise regulatória no Brasil deve trazer novas perspectivas para pacientes e especialistas.
Fonte:
Com informações de Momento Saúde — https://www.momentosaude.com.br/2020/02/13/novo-medicamento-para-parkinson/
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