Pesquisa internacional indica novo padrão de tratamento para tumores gastrointestinais localizados
A adição do anticorpo monoclonal durvalumabe ao tratamento quimioterápico padrão demonstrou aumento significativo na sobrevida global de pacientes com adenocarcinoma gástrico ou gastroesofágico em estágio inicial.
Os resultados, apresentados na Reunião Anual de 2025 da European Society for Medical Oncology (ESMO), reforçam a combinação com o esquema FLOT como nova opção terapêutica no manejo perioperatório desses tumores.
Melhora significativa na sobrevida global com o durvalumabe
Os dados do estudo de fase três MATTERHORN mostraram que, após 36 meses, 68,6% dos pacientes tratados com durvalumabe associado à quimioterapia FLOT estavam vivos, em comparação com 61,9% dos que receberam placebo.
A diferença foi considerada estatisticamente significativa, com uma razão de risco de 0,78 (IC 95%: 0,63–0,96; P = 0,021).
O pesquisador principal, Dr. Josep Tabernero, do Hospital Universitari Vall d’Hebron (Espanha), destacou que o benefício observado é “clinicamente relevante” e reforça o uso do durvalumabe em contexto perioperatório.
Segundo ele, o resultado consolida a combinação como “novo tratamento de escolha” para pacientes com adenocarcinoma gástrico ou gastroesofágico localizado.
Consolidação dos resultados do estudo MATTERHORN
Os achados atualizam os dados já apresentados na ASCO 2025, que haviam demonstrado aumento da sobrevida livre de complicações com o mesmo regime.
A nova análise, com seguimento mediano de 43 meses, confirma a tendência e amplia o impacto clínico do tratamento.
A Dra. Sylvie Lorenzen, da Technische Universität München (Alemanha), ressaltou que o amadurecimento dos dados trouxe robustez estatística aos resultados.
“Com um acompanhamento mais longo e mais eventos avaliados, a significância estatística foi alcançada. A magnitude do benefício tende a crescer com o tempo, o que é relevante para nossos pacientes”, observou.
Desempenho do durvalumabe em diferentes subgrupos
O estudo incluiu 948 pacientes com tumores ressecáveis, divididos aleatoriamente entre durvalumabe ou placebo, ambos associados a dois ciclos de FLOT antes e após a cirurgia, seguidos de dez ciclos adicionais de manutenção.
A resposta positiva do durvalumabe foi observada independentemente da expressão de PD-L1, com razão de risco idêntica (0,79) nos grupos positivos e negativos.
Contudo, alguns subgrupos — como mulheres, pacientes sem comprometimento linfonodal e portadores de tumores do subtipo histológico difuso — não apresentaram ganho claro de sobrevida.
A Dra. Lorenzen observou que esses resultados devem ser interpretados com cautela, uma vez que derivam de amostras menores e com intervalos de confiança amplos.
Impacto do durvalumabe sobre a resposta cirúrgica e linfonodal
Entre os 800 pacientes avaliados quanto ao status linfonodal, 58,2% dos que receberam durvalumabe apresentaram linfonodos negativos após a cirurgia, em comparação com 44,8% no grupo controle.
Além disso, a sobrevida livre de complicações melhorou em pacientes com e sem acometimento linfonodal (RR de 0,74 e 0,77, respectivamente).
De acordo com Tabernero, esses resultados reforçam o potencial da imunoterapia em ampliar o controle da doença, tanto no cenário pré quanto pós-operatório.
Perspectivas clínicas e mudança de paradigma com o durvalumabe
A comunidade médica considera que o MATTERHORN fornece a evidência mais sólida até o momento para redefinir o tratamento do câncer gástrico inicial.
“O estudo responde de forma convincente à pergunta sobre a necessidade de mudar a prática clínica”, afirmou Lorenzen.
Ela defende que, diante do ganho consistente de sobrevida global, a combinação de durvalumabe + FLOT deve ser oferecida a todos os pacientes com tumores ressecáveis, independentemente da expressão de PD-L1.
Conclusão sobre o durvalumabe
Os resultados do estudo MATTERHORN representam um marco no tratamento dos adenocarcinomas gástrico e gastroesofágico localizados.
A associação do durvalumabe à quimioterapia FLOT melhora a sobrevida global e a resposta cirúrgica, configurando um novo padrão terapêutico.
Embora subgrupos específicos mereçam investigação adicional, o conjunto de evidências indica que a imunoterapia integrada à quimioterapia pode transformar o manejo desses tumores nos próximos anos.
Com informações de Medscape — https://portugues.medscape.com/viewarticle/durvalumabe-quimio-aumenta-sobrevida-cncer-2025a1000sye
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