Um estudo recente realizado nos Estados Unidos identificou que pacientes com Doença de Huntington apresentam maior adesão ao Austedo, em comparação ao Xenazine, durante o tratamento da coreia. Os resultados indicam diferenças importantes no padrão de uso e sugerem melhor tolerabilidade do Austedo, embora os autores reforcem a necessidade de novas investigações para esclarecer os fatores envolvidos. A pesquisa foi publicada em Neurology and Therapy.
Maior adesão ao Austedo no mundo real
O estudo analisou dados do Symphony Health Solutions’ Integrated Dataverse, um extenso banco de dados que reúne cerca de 90% das prescrições preenchidas em farmácias de varejo dos EUA. A equipe avaliou pacientes diagnosticados com Doença de Huntington que iniciaram tratamento entre 2017 e 2019, identificando 281 usuários de Austedo e 101 de Xenazine.
Os dois grupos apresentavam perfis demográficos semelhantes, com predominância de pacientes entre 38 e 65 anos e maioria feminina. As diferenças apareceram no tipo de seguro de saúde: usuários de Austedo tinham maior presença de planos comerciais, enquanto pacientes em Xenazine eram mais frequentemente atendidos por Medicaid.
Comparação das taxas de adesão
A adesão foi calculada pela proporção de dias cobertos, ou PDC. O indicador considera quantos dias de tratamento o paciente realmente recebeu com base no intervalo entre as prescrições. O Austedo registrou um PDC médio de 78,5%, enquanto o Xenazine atingiu 69,3%. Embora o número de pacientes com PDC acima de 80% tenha sido maior no grupo do Austedo, essa diferença não alcançou significância estatística.
Entre os usuários de Austedo, a adesão foi mais frequente entre beneficiários de Medicare do que entre aqueles com seguro comercial. Pacientes mais aderentes também tendiam a apresentar tempo maior de doença, início mais tardio do tratamento e uso concomitante de antidepressivos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e medicamentos para redução de lipídios.
Tolerabilidade e suspensão do tratamento
Além da adesão, os pesquisadores avaliaram a descontinuação nos meses seguintes ao início da terapia. Nos primeiros seis meses após o início do uso, 25,4% dos pacientes em Austedo interromperam o tratamento, contra 37,2% dos usuários de Xenazine. Diferenças semelhantes foram observadas em períodos menores de acompanhamento.
Os autores destacaram que os resultados podem refletir características farmacológicas distintas entre os medicamentos. O Austedo proporciona exposição mais estável do composto no organismo, permitindo posologia menos frequente. Essa diferença pode estar associada a uma experiência terapêutica mais tolerante.
Limitações destacadas pela equipe
O estudo faz uso de dados de seguros de saúde, um tipo de registro que não permite confirmar se o paciente consumiu o medicamento conforme prescrito. A análise também não inclui informações clínicas detalhadas, o que limita a compreensão completa de fatores que influenciam a adesão. Por isso, os autores reforçam a necessidade de estudos adicionais para identificar os elementos que contribuem para as diferenças observadas.
Importância dos achados para o manejo da Doença de Huntington
A coreia é um dos sintomas mais marcantes da Doença de Huntington, e medicamentos como Austedo e Xenazine atuam na modulação da dopamina para reduzir os movimentos involuntários. A detecção de diferenças consistentes na adesão pode orientar estratégias de cuidado, favorecer decisões terapêuticas e contribuir para melhor qualidade de vida dos pacientes.
Conclusão:
A análise norte-americana aponta maior adesão e menor descontinuação do Austedo em comparação ao Xenazine no tratamento da coréia associada à Doença de Huntington. Embora fatores como posologia e tolerabilidade possam influenciar esse resultado, os pesquisadores afirmam que novos estudos são essenciais para esclarecer os determinantes dessa diferença e fortalecer o entendimento sobre o uso desses medicamentos no cotidiano clínico.
Com informações de Huntington’s Disease News — https://huntingtonsdiseasenews.com/news/austedo-adherence-rates-higher-than-xenazines-us-study-finds/
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