Ibrance amplia sobrevida livre de progressão no câncer de mama metastático duplo-positivo

Ibrance amplia sobrevida livre de progressão no câncer de mama metastático duplo-positivo

O tratamento do câncer de mama metastático tem avançado de forma consistente nos últimos anos, impulsionado pela combinação de terapias-alvo e hormonais. Dados apresentados no Simpósio de Câncer de Mama de San Antonio (SABCS 2024) apontam um novo avanço nesse cenário. O estudo de fase III PATINA demonstrou que a adição do Ibrance (palbociclib) à terapia de manutenção padrão retardou de forma significativa a progressão da doença em pacientes com câncer de mama avançado com receptores hormonais positivos e HER2 positivo, conhecido como duplo-positivo.

Segundo o investigador principal do estudo, Dr. Otto Metzger, do Dana-Farber Cancer Institute, os resultados reforçam o papel da inibição de CDK4/6 como estratégia para melhorar os desfechos clínicos nessa população de pacientes, historicamente desafiadora.

Como é classificado o câncer de mama duplo-positivo

O câncer de mama é classificado de acordo com os receptores expressos nas células tumorais. A maioria dos tumores apresenta receptores hormonais para estrogênio e/ou progesterona, sendo classificados como HR-positivos e passíveis de tratamento com terapia endócrina. Aproximadamente 15% dos casos expressam o receptor HER2, que estimula o crescimento tumoral e pode ser bloqueado por terapias-alvo específicas, como trastuzumabe (Herceptin) e pertuzumabe (Perjeta).

Quando o tumor apresenta simultaneamente receptores hormonais e HER2, ele é definido como duplo-positivo. Esse subtipo representa cerca de 10% dos casos de câncer de mama e, apesar de responder inicialmente às terapias disponíveis, pode desenvolver resistência ao longo do tratamento, o que limita o controle da doença em longo prazo.

Ibrance e o mecanismo dos inibidores de CDK4/6

O Ibrance é um inibidor das quinases dependentes de ciclina 4 e 6, proteínas envolvidas na regulação do ciclo celular. Ao bloquear essas enzimas, o medicamento reduz a proliferação das células tumorais. A droga foi aprovada inicialmente em 2015 para o tratamento de câncer de mama HR-positivo/HER2-negativo localmente avançado ou metastático, com posterior ampliação da indicação para homens.

Evidências pré-clínicas indicavam que os inibidores de CDK4/6 poderiam ajudar a prevenir ou retardar a resistência tanto à terapia endócrina quanto aos bloqueadores de HER2. Com base nessa hipótese, o estudo PATINA foi desenvolvido para avaliar a segurança e a eficácia da adição do palbociclib à terapia de manutenção em pacientes com câncer de mama metastático duplo-positivo.

Desenho do estudo PATINA e perfil das pacientes

O estudo aberto recrutou 518 pacientes em oito países, quase todas mulheres, com idade mediana de 53 anos. Mais de 90% das participantes eram brancas. Todas receberam inicialmente de seis a oito ciclos de quimioterapia de indução combinada com trastuzumabe, com ou sem pertuzumabe, e não apresentaram progressão da doença após essa fase.

Na etapa seguinte, as pacientes foram randomizadas para receber terapia de manutenção de primeira linha com bloqueadores de HER2 e terapia endócrina, com ou sem a adição do Ibrance. As opções de terapia hormonal incluíram inibidores de aromatase ou fulvestranto, sendo que mulheres na pré-menopausa utilizaram medicamentos para suprimir a função ovariana. O tratamento foi mantido até progressão da doença ou surgimento de toxicidades inaceitáveis.

Ganho significativo em sobrevida livre de progressão

Os resultados demonstraram um benefício clínico expressivo com a inclusão do Ibrance. A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 44,3 meses no grupo tratado com palbociclib, em comparação com 29,1 meses no grupo controle, uma diferença de 15,2 meses. Em cinco anos, 43,2% das pacientes do grupo Ibrance permaneciam sem progressão da doença, contra 33,4% no grupo que recebeu apenas a terapia padrão.

A taxa de resposta global também foi superior no grupo tratado com o inibidor de CDK4/6, indicando maior proporção de pacientes com redução tumoral clinicamente mensurável.

Dados iniciais de sobrevida global e segurança

Os dados de sobrevida global ainda são considerados preliminares, mas até o momento favorecem o grupo tratado com Ibrance. A mediana de sobrevida global não foi alcançada nesse grupo, enquanto foi de 77 meses no grupo controle. As taxas de sobrevida global em cinco anos foram de 74,3% com Ibrance e 69,8% sem o medicamento.

O perfil de segurança foi considerado manejável. A neutropenia de grau 3 foi o evento adverso mais frequente no grupo tratado com Ibrance, além de fadiga e diarreia moderadas a graves. A taxa de eventos adversos graves foi semelhante entre os grupos, e não foram registradas mortes relacionadas ao tratamento.

Implicações clínicas e próximos passos

Os pesquisadores concluíram que a adição do Ibrance à terapia de manutenção anti-HER2 e endócrina proporciona uma melhora clinicamente significativa na sobrevida livre de progressão, com toxicidade controlável. Especialistas que comentaram os resultados no SABCS destacaram o potencial dessa abordagem como um novo padrão terapêutico, embora ressaltem a necessidade de avançar na seleção de pacientes e no desenvolvimento de biomarcadores preditivos de resposta.

Com informações de Cancer Health — https://www.cancerhealth.com/article/ibrance-slows-progression-doublepositive-metastatic-breast-cancer

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Augusto

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