Revisão de ensaios clínicos reforça o papel da cevimelina no controle da xerostomia
A síndrome de Sjögren é uma doença autoimune crônica caracterizada, entre outros sintomas, pela boca seca persistente, conhecida clinicamente como xerostomia. Essa manifestação resulta do comprometimento das glândulas salivares pelo sistema imunológico e afeta de forma direta a qualidade de vida dos pacientes. Dificuldades para falar, mastigar e engolir, além do aumento do risco de cáries e infecções orais, são consequências frequentes. Nesse cenário, terapias que estimulam a produção de saliva desempenham papel central no manejo da doença, e novos dados científicos reforçam a relevância do Evoxac como uma dessas opções.
O impacto da xerostomia na síndrome de Sjögren
A boca seca é um dos sinais mais característicos da síndrome de Sjögren e está associada à destruição progressiva das glândulas salivares. A redução do fluxo salivar compromete funções essenciais da cavidade oral, como lubrificação, proteção contra microrganismos e a digestão inicial dos alimentos. Ao longo do tempo, esses efeitos podem gerar desconforto contínuo, prejuízos nutricionais e impacto negativo no convívio social, tornando o controle da xerostomia uma prioridade terapêutica.
Evoxac e a estimulação da produção salivar
O Evoxac, cujo princípio ativo é o cloridrato de cevimelina, atua estimulando receptores muscarínicos envolvidos na secreção das glândulas exócrinas, incluindo as salivares. O medicamento é aprovado para o tratamento da boca seca em pessoas com síndrome de Sjögren, mas sua eficácia vinha sendo discutida devido a resultados inconsistentes entre estudos individuais, além de incertezas relacionadas à dosagem ideal e ao tempo de tratamento.
Meta-análise reúne dados de estudos randomizados
Com o objetivo de esclarecer essas lacunas, pesquisadores da Ucrânia e do Irã realizaram uma revisão sistemática com meta-análise de ensaios clínicos randomizados publicados até 3 de janeiro de 2024. O estudo, intitulado Efficacy of cevimeline in xerostomia in patients with Sjögren syndrome: a systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials, foi publicado na revista Current Therapeutic Research. Segundo os autores, esta é a primeira análise abrangente dedicada a avaliar especificamente o impacto do Evoxac na xerostomia associada à síndrome de Sjögren.
Perfil dos pacientes avaliados
A meta-análise incluiu três ensaios clínicos randomizados, totalizando 302 pacientes adultos com idades entre 23 e 86 anos. Desse total, 187 participantes receberam Evoxac e 115 foram tratados com placebo. Dois estudos foram conduzidos nos Estados Unidos, envolvendo homens e mulheres, enquanto o terceiro foi realizado na China, com participação exclusiva de mulheres.
O medicamento foi administrado por via oral, três vezes ao dia, em doses de 15 mg, 30 mg ou 60 mg. O período de acompanhamento variou de seis a 24 semanas, dependendo do protocolo de cada estudo.
Resultados indicam melhora significativa da boca seca
Os resultados demonstraram que o tratamento com Evoxac levou a uma melhora estatisticamente significativa do fluxo salivar e a uma redução consistente dos sintomas de boca seca em comparação ao placebo. De acordo com os pesquisadores, os achados reforçam o papel do medicamento como uma opção terapêutica eficaz para pacientes com síndrome de Sjögren.
As melhores taxas de resposta foram observadas em indivíduos com comprometimento leve a moderado das glândulas salivares, sugerindo que o estágio da doença pode influenciar diretamente os benefícios do tratamento.
Dosagem, tolerabilidade e segurança
Os autores destacaram que a dose de 30 mg administrada três vezes ao dia apresentou bom perfil de tolerabilidade e redução significativa dos sintomas relacionados à xerostomia. Por outro lado, o aumento da dosagem para 60 mg três vezes ao dia esteve associado a maior incidência de efeitos adversos, principalmente envolvendo o sistema digestivo. Esses dados indicam que fatores individuais devem ser considerados na escolha do esquema terapêutico.
Perspectivas para pesquisas futuras
Apesar dos resultados positivos, os pesquisadores ressaltam a necessidade de novos estudos envolvendo populações mais diversas e diferentes graus de gravidade da síndrome de Sjögren. Essa ampliação é considerada essencial para consolidar o papel do Evoxac como um tratamento confiável e para definir com maior precisão quais perfis de pacientes se beneficiam mais da terapia.
Considerações finais
A meta-análise reforça que o Evoxac pode aliviar de forma significativa a boca seca em pacientes com síndrome de Sjögren, especialmente naqueles com danos leves a moderados nas glândulas salivares. Ao melhorar o fluxo salivar e reduzir os sintomas de xerostomia, o medicamento se destaca como uma alternativa relevante no manejo da doença. Ainda assim, a variabilidade de resposta e os efeitos adversos observados em doses mais elevadas evidenciam a importância do acompanhamento clínico e da continuidade das pesquisas.
Com informações de Sjögren’s Syndrome News — https://sjogrenssyndromenews.com/news/evoxac-eases-dry-mouth-symptoms-sjogrens-study/
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