Bloqueador de miostatina mostra potencial para preservar massa muscular com GLP-1

Bloqueador de miostatina mostra potencial para preservar massa muscular com GLP-1

Anticorpo experimental trevogrumabe (bloqueador de miostatina) pode reduzir a perda de massa magra durante o emagrecimento

A preservação da massa muscular tem se consolidado como um dos principais desafios no tratamento farmacológico da obesidade. Dados interinos de um ensaio clínico de fase 2 indicam que o bloqueio da miostatina pode atenuar a perda de massa magra associada ao uso de agonistas do receptor do GLP-1, como a semaglutida. Os resultados foram apresentados durante o congresso da European Association for the Study of Diabetes (EASD) 2025 e reforçam a busca por estratégias que promovam uma melhor composição corporal durante a perda ponderal.

Tratamento com agonistas do GLP-1 e perda de massa magra

A perda de massa magra ocorre durante a redução de peso corporal, independentemente do método utilizado. Estudos prévios mostram que terapias baseadas em incretinas, incluindo semaglutida, liraglutida e tirzepatida, podem resultar em uma redução de 15% a 45% da massa corporal magra total. A massa muscular representa uma parcela substancial dessa perda.

De acordo com a Dra. Ofri Mosenzon, da Regeneron Pharmaceuticals Inc., a preservação da massa magra é fundamental para a manutenção da força, da função física, do gasto energético e da homeostase da glicose. Segundo a pesquisadora, existe uma lacuna no controle do peso corporal: alcançar perda de gordura significativa sem comprometer a massa magra.

Estudo COURAGE avalia trevogrumabe e garetosmabe associados à semaglutida

O ensaio clínico COURAGE é um estudo de fase 2, dividido em três partes, que avaliou o uso do anticorpo monoclonal trevogrumabe em combinação com semaglutida. O estudo também incluiu um braço com o anticorpo garetosmabe, que apresentou maior incidência de efeitos adversos.

Trevogrumabe e garetosmabe são anticorpos monoclonais IgG4 totalmente humanos. O trevogrumabe foi desenvolvido para bloquear a miostatina, enquanto o garetosmabe atua contra a ativina A, ambos moduladores negativos da massa muscular.

Ao todo, 605 adultos com obesidade, índice de massa corporal igual ou superior a 30 kg/m² e sem diabetes participaram do estudo. A idade média foi de 49 anos, com predominância do sexo feminino. No início do ensaio, os participantes apresentavam peso médio de 102 kg e índice de massa corporal médio de 36,7 kg/m².

Trevogrumabe associado à semaglutida preserva massa magra

Após 26 semanas de tratamento, a semaglutida em monoterapia foi associada a uma redução média de 6,5% da massa corporal magra em relação ao valor basal. Em contraste, as combinações de semaglutida com trevogrumabe resultaram em perdas significativamente menores de massa magra, variando entre 3,3% e 3,8%.

A combinação tripla de semaglutida, trevogrumabe e garetosmabe apresentou a menor redução percentual de massa magra, de 2,0%. Todas as diferenças entre a semaglutida em monoterapia e os demais grupos foram estatisticamente significativas.

Segundo a Dra. Ofri Mosenzon, os dados indicam que a massa magra foi preservada com o uso do trevogrumabe, independentemente da associação com o garetosmabe.

Maior perda de gordura com trevogrumabe e combinação tripla

A perda percentual de massa gorda total foi maior nos grupos que receberam trevogrumabe. A combinação tripla apresentou redução de 27,1% da massa gorda, enquanto a associação de semaglutida com trevogrumabe 400 mg resultou em perda de 19,1%. A semaglutida em monoterapia apresentou redução de 15,7%.

Em termos de peso corporal total, a semaglutida isolada e associada ao trevogrumabe levou a uma redução média de aproximadamente 10%, enquanto a combinação tripla alcançou 13,4%. Os dados indicam uma diferença relevante na composição corporal, com maior preservação de massa magra e maior redução de gordura.

Perfil de segurança do trevogrumabe e do garetosmabe (bloqueador de miostatina)

O perfil de eventos adversos das combinações de semaglutida com trevogrumabe foi semelhante ao observado com a semaglutida em monoterapia. No entanto, a adição do garetosmabe esteve associada a maior número de eventos adversos graves e maior taxa de descontinuação do tratamento.

Espasmos musculares foram o evento adverso mais frequente, especialmente no grupo da combinação tripla. Duas mortes também foram registradas nesse grupo, o que reforça a necessidade de cautela na avaliação dessa estratégia terapêutica.

Outras estratégias para preservar massa muscular com GLP-1

Além da Regeneron, outras empresas investigam abordagens para preservar a massa muscular durante o tratamento com agonistas do GLP-1. A Eli Lilly, a Veru e a ScholarRock conduzem ou conduziram ensaios clínicos com diferentes moléculas, incluindo bloqueadores de miostatina e moduladores hormonais.

Especialistas destacam que ainda são necessários estudos de fase 3 para definir o papel clínico desses medicamentos, bem como identificar os perfis de pacientes que mais podem se beneficiar dessas terapias.

Conclusão sobre o bloqueador de miostatina

Os dados interinos do estudo COURAGE sugerem que o bloqueio da miostatina com trevogrumabe pode reduzir a perda de massa magra e melhorar a composição corporal em pacientes tratados com semaglutida. Apesar dos resultados promissores, especialistas ressaltam que estudos adicionais serão essenciais para confirmar a eficácia, a segurança e a aplicabilidade clínica dessa estratégia no tratamento da obesidade.

 

Com informações de Medscape — https://portugues.medscape.com/viewarticle/bloqueador-miostatina-pode-preservar-massa-muscular-2025a1000to9

 

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Augusto

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