Análises exploratórias apontam ganho de SLP em diferentes perfis moleculares
Novos dados do estudo de fase 3 DUO-E sugerem que a adição do inibidor de PARP olaparibe ao durvalumabe pode trazer benefícios adicionais para um grupo específico de pacientes com câncer endometrial avançado ou recorrente. Os resultados indicam melhora da sobrevida livre de progressão em mulheres com doença caracterizada por reparo de erros de pareamento proficiente, conhecido como pMMR. Apesar do otimismo, especialistas destacam que a interpretação desses achados exige cautela, diante de resultados divergentes observados em outros estudos recentes.
Resultados apresentados no estudo DUO-E
As novas análises exploratórias do estudo DUO-E foram apresentadas durante a Reunião Anual de 2025 da Sociedade de Oncologia Ginecológica sobre Câncer Feminino. Kathleen N. Moore, professora de oncologia ginecológica do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Oklahoma, apresentou dados adicionais focados na subpopulação pMMR.
Segundo a pesquisadora, o benefício observado com a adição de olaparibe não se limitou a um único perfil molecular, como mutações associadas ao reparo por recombinação homóloga. A melhora da sobrevida livre de progressão foi observada em diferentes subgrupos histológicos e de biomarcadores, reforçando o potencial da combinação como estratégia de manutenção nesse contexto.
Desenho e população do estudo
O estudo DUO-E incluiu 718 pacientes com câncer endometrial avançado ou recorrente. As participantes foram distribuídas aleatoriamente em três grupos de tratamento:
- Carboplatina e paclitaxel seguidos de manutenção com placebo
- Carboplatina e paclitaxel associados ao durvalumabe, seguidos de manutenção com durvalumabe
- Carboplatina e paclitaxel mais durvalumabe, seguidos de manutenção com durvalumabe associado ao olaparibe
De forma geral, independentemente do status de reparo de erros de pareamento, o uso de durvalumabe em combinação com quimioterapia resultou em melhora significativa da sobrevida livre de progressão quando comparado ao tratamento padrão isolado.
Diferenças entre pacientes dMMR e pMMR
Os maiores ganhos com a combinação de carboplatina, paclitaxel e durvalumabe foram observados nas pacientes com deficiência no reparo de erros de pareamento, o grupo dMMR. Nesse subgrupo, a mediana de sobrevida livre de progressão não foi alcançada, enquanto no grupo controle foi de sete meses. A adição de olaparibe, no entanto, não resultou em benefício adicional para essas pacientes.
Entre as pacientes com status pMMR, a inclusão de olaparibe ao durvalumabe ampliou o benefício em termos de sobrevida livre de progressão. Esse achado levantou a hipótese de que a estratégia possa beneficiar um espectro mais amplo de pacientes pMMR, independentemente dos subtipos moleculares atualmente reconhecidos.
Biomarcadores e heterogeneidade tumoral
A análise post hoc concentrou-se em 575 pacientes com pMMR, das quais 486 apresentaram amostras adequadas para avaliação de biomarcadores como PD-L1, BRCA, genes de reparo por recombinação homóloga, POLE, TP53 e características histológicas. Os dados revelaram elevada heterogeneidade biológica.
Cerca de 84% das pacientes apresentaram positividade para pelo menos um biomarcador, com destaque para PD-L1 e mutações em TP53. As análises indicaram que a adição de durvalumabe à quimioterapia favoreceu todos os subgrupos avaliados. A introdução do olaparibe ampliou ainda mais esse benefício, sugerindo que o efeito positivo não está concentrado em um único marcador molecular.
Interpretação dos dados e desafios clínicos
Apesar dos resultados encorajadores, especialistas alertam para a complexidade da interpretação desses achados. Ramez N. Eskander, do Centro de Câncer Moores da UC San Diego, destacou que diferentes estudos recentes, como DUO-E, NRG GY018 e RUBY, têm apresentado sinais distintos de eficácia conforme os biomarcadores analisados.
Segundo o especialista, essas mensagens contraditórias dificultam a definição clara de quais pacientes realmente se beneficiam mais de cada abordagem terapêutica, reforçando a necessidade de análises adicionais e validação dos dados antes de mudanças amplas na prática clínica.
Impacto e próximos passos
As análises exploratórias do estudo DUO-E indicam que a adição de olaparibe ao durvalumabe pode ampliar o benefício em termos de sobrevida livre de progressão para pacientes com câncer endometrial pMMR, abrangendo diversos perfis moleculares e histológicos. No entanto, a heterogeneidade dos resultados entre estudos reforça a necessidade de cautela.
O cenário atual aponta para um avanço promissor, mas ainda dependente de maior consolidação científica para orientar decisões clínicas de forma mais precisa e personalizada.
Com informações de Oncology News Central — https://www.oncologynewscentral.com/uterine-cancer/adding-olaparib-to-durvalumab-shows-benefit-in-endometrial-cancer-subgroups
Blog da Medicsupply — Informação confiável sobre saúde, medicamentos e inovação científica.
Medicsupply — Assessoria na Importação de Medicamentos
📱 (11) 5085-5856 | (11) 5085-5888
🌐 www.medicsupply.com.br
