Agonistas do GLP-1 podem oferecer benefícios adicionais para pacientes com psoríase

Agonistas do GLP-1 podem oferecer benefícios adicionais para pacientes com psoríase

Medicamentos usados no controle do diabetes tipo 2 e da obesidade, os agonistas do receptor do peptídeo 1 glucagon-like (GLP-1), podem trazer benefícios adicionais a pessoas com psoríase, segundo pesquisadores que apresentaram novos dados durante o EADV Congress 2025, realizado na França. Além de favorecer a perda ponderal, esses fármacos mostraram potencial para reduzir significativamente o risco de mortalidade e de doenças cardiovasculares graves em pacientes com a condição dermatológica.

Redução expressiva de riscos cardiovasculares e psiquiátricos

De acordo com o estudo, indivíduos com psoríase que utilizaram agonistas do receptor de GLP-1 apresentaram redução de 78% no risco de morte, 44% no risco de doença cardíaca grave, 46% no risco de insuficiência cardíaca e 65% no risco de acidente vascular cerebral.

Os pesquisadores também observaram efeitos positivos em transtornos psiquiátricos associados, com redução de 65% no risco de uso excessivo de álcool e 49% no uso de drogas ilícitas.

O autor principal do estudo, Dr. Henning Olbrich, dermatologista do Universitätsklinikum Schleswig-Holstein, na Alemanha, destacou que pacientes com psoríase apresentam risco elevado de complicações cardiometabólicas. “Queríamos entender se os efeitos benéficos observados com os agonistas do receptor de GLP-1 poderiam ser ainda mais pronunciados nesta população específica”, afirmou ao portal Medscape.

Metodologia e resultados

O trabalho, publicado no British Journal of Dermatology em setembro de 2025, utilizou dados do banco internacional TriNetX, envolvendo duas coortes de adultos com diabetes tipo 2 e psoríase — tratados ou não com agonistas de GLP-1 — ao longo de dois anos.

Após o pareamento por fatores de risco e características clínicas, cada grupo incluiu 3.048 participantes. A idade média foi de 56 anos, sendo 60% mulheres, dois terços com obesidade e 82% com diagnóstico de diabetes tipo 2.

Os resultados indicaram que as reduções de risco foram mais significativas em pacientes com psoríase associada à obesidade ou diabetes, em comparação com aqueles que apresentavam apenas uma dessas condições. Além disso, não foram registradas diferenças relevantes em relação à segurança, com incidência semelhante de efeitos adversos como náuseas e vômitos.

Interpretação cautelosa e implicações clínicas

O pesquisador Dr. Ralf Ludwig, coautor e diretor do Lübecker Institut für Experimentelle Dermatologie, da Universität zu Lübeck, alertou que os achados devem ser interpretados com cautela por se tratarem de uma análise retrospectiva.

Ele destacou a relação bidirecional entre obesidade e psoríase, condições que se influenciam mutuamente. “Tratamentos convencionais agem sobre a inflamação cutânea, enquanto os agonistas de GLP-1 atuam também sobre o metabolismo, oferecendo uma abordagem mais ampla para esses pacientes”, explicou o especialista.

Segundo Ludwig, encaminhar pacientes com psoríase e obesidade ou diabetes para avaliação de uso de agonistas de GLP-1 pode representar uma estratégia complementar de cuidado.

Ainda faltam evidências específicas para a psoríase

Durante o congresso, o dermatologista Dr. Kenneth B. Gordon, da Medical College of Wisconsin (EUA), destacou que ainda não há evidências suficientes para afirmar que os agonistas de GLP-1 têm um efeito direto na pele de pacientes com psoríase.

Embora alguns estudos apontem melhora dermatológica, os resultados podem estar relacionados à perda de peso induzida pelos medicamentos, e não a uma ação anti-inflamatória específica. “A perda ponderal já é, por si só, benéfica para esses pacientes”, observou Gordon, ressaltando que o uso desses fármacos deve ser considerado como tratamento adjuvante a outras abordagens terapêuticas.

Especialistas pedem mais pesquisas

A dermatologista Dra. Asli Bilgiç, da Akdeniz Üniversitesi, na Turquia, comentou que o crescente uso dos agonistas de GLP-1 reflete sua eficácia no manejo de diabetes e obesidade — comorbidades comuns em pacientes com psoríase.

Ela lembrou que doenças inflamatórias crônicas, como a psoríase, aumentam o risco de complicações metabólicas e psiquiátricas, tornando essencial o acompanhamento integrado. “Precisamos de mais evidências clínicas para definir recomendações específicas em doenças dermatológicas”, afirmou.

Conclusão

Os dados apresentados sugerem que o uso de agonistas do receptor de GLP-1 pode oferecer benefícios sistêmicos relevantes para pacientes com psoríase, especialmente na redução de riscos cardiovasculares e metabólicos. No entanto, especialistas ressaltam a necessidade de ensaios clínicos prospectivos para confirmar a eficácia direta desses medicamentos sobre a inflamação cutânea.

Enquanto novas evidências não surgem, o tratamento com agonistas de GLP-1 pode ser considerado uma opção complementar no cuidado de pacientes com psoríase associada à obesidade ou diabetes, sob orientação médica adequada.

Com informações de Medscape — Pacientes com psoríase podem se beneficiar do tratamento com agonistas do GLP-1

 

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